O comandante chega à parada e não vê nenhum dos soldados que deviam entrar naquela formatura. Espera um quarto de hora, impaciente, e chega o primeiro, cansado, a deitar os bofes pela boca.
— Meu comandante, peço desculpa de vir um pouco atrasado. Mas, compreende, um homem novo, casado há pouco… fez-se tarde… pedi o cavalo ao meu sogro, mas o cavalo perdeu uma ferradura, e depois tive de vir a pé, a correr, até aqui.
— Estás desculpado. Vai para a formatura. Chega o segundo:
— Meu comandante, peço desculpa de vir atrasado. Mas compreende, não é? Moços novos, mais um bocado ao pé da namorada… fez-se tarde, pedi o cavalo ao meu sogro, o cavalo perdeu uma ferradura, e depois tive de vir a pé, a correr até aqui.
— Estás desculpado. Vai para a formatura.
E chega o terceiro, e outro, e outro, e outro e a todos tinha acontecido a mesma coisa. Chega o último do pelotão:
— Meu comandante, peço muita desculpa… Mas, bem sabe… a gente vai a casa só de longe em longe, demora-se mais um bocado com a mulher, fez-se…
— Já sei. Já sei. Pediste o cavalo ao teu sogro, ele perdeu uma ferradura e tu tiveste que vir a pé.
— Não, meu comandante. Não vim a cavalo. Vim de automóvel, para chegar mais depressa.
— Então e só agora é que chegas? Os outros vieram a cavalo e já cá estão!
— É que eu vinha no carro, mas lá em baixo, àquela curva, tive de
parar e ficar à espera que passassem os cavalos todos.