Acordei com a mãe de todas as ressacas, virei-me e ao lado da cama havia um copo de água e duas aspirinas. Olhei à volta e vi a minha roupa passada e pendurada. O quarto estava em perfeita ordem. Havia um bilhete da minha mulher: «Querido, deixei o café pronto na cozinha. Fui ao supermercado. Beijos.»
Desci e encontrei um café à minha espera. Perguntei à minha filha:
— Não me lembro de nada! Sabes o que aconteceu ontem?
— Bem, pai, tu chegaste às três da madrugada, completamente bêbado, vomitaste no tapete da sala, partiste móveis, urinaste no guarda-roupa e aleijaste-te no olho ao bater na porta do quarto.
— E porque está tudo arrumado, café preparado, roupa passada, aspirinas para a ressaca e um bilhete amoroso da tua mãe?
— Bem, é que a mãe arrastou-te até à cama e, quando ela estava a tirar-te as calças, tu disseste: «Não faça isso, por favor! Eu sou casado!»