No Tribunal da Golegã, um réu, muito esfarrapado, afirmava e jurava por alma de todos os seus defuntos que um relógio que o acusavam de ter roubado era dele.
— Ora bem — disse-lhe o juiz — Como é que você pode justificar ser o dono de um objecto de tanto valor?
— Era do meu pai.
— Seu pai nunca teve, decerto, rendimentos que lhe permitissem ter um relógio assim!
— Teve, sim senhor: era gatuno.