Um dia em que S. Pedro estava derreado disse-lhe Jesus:
— Pedro, vai descansar um bocadinho, que eu fico aqui a substituir-te.
S. Pedro ainda resistiu, mas acabou por aceitar a generosa oferta do Senhor.
Estava Jesus a ficar farto de esperar quando lhe apareceu finalmente o primeiro freguês, um velhote que subiu com dificuldade até às portas do Céu.
— Quem és tu? — perguntou Jesus com bondade. — E que fizeste para mereceres o Céu?
— Pouco… — respondeu o velho. — Eu era apenas um simples carpinteiro, mas fui pai de um filho muito invulgar…
— Que filho foi esse?
— Um rapaz que nasceu de uma forma muito fora do comum, como mais ninguém nascera ou voltou a nascer depois dele, e mais tarde ainda passou por uma grande transformação. Seja como for, tornou-se conhecido em todo o mundo e ainda hoje é amado por muitos e muitos homens.
Jesus aproximou-se do homem e abraçou-o comovidamente:
— Pai! — pronunciou baixinho, com lágrimas nos olhos.
O homem respondeu ao seu abraço, recuou surpreendido, olhou-o durante longos momentos e finalmente exclamou:
— Pinóquio!